Direita e esquerda style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever"> O conceito de direita e esquerda representa um marcador ideológico importante, largamente utilizado pela sociedade para posicionar políticos e ideologias. Entretanto, como podemos perceber com ligeira facilidade, as formas de utilização variam, significativamente, dependendo de qual grupo está analisando. Além disso, o conceito de direita e esquerda está também relacionado a tradição política de seu país, o que complexifica ainda mais o seu significado. O que consideramos direita e esquerda no Brasil, por exemplo, não apresenta correspondência direta com o que é considerado direita e esquerda nos EUA. LÓGICA AMIGO/INIMIGO Carl Schmitt, autor bastante controverso por sua relação com o Nazismo, produziu uma compreensão do universo político bastante interessante para pensar a díade (direita-esquerda). Para ele, a política é uma arena de conflito cuja definição de amigo e inimigo é essencial. Esta qualificação é dinâmica, o que pode colocar um inimigo político em relação a algum tema, como aliado político em relação a outro, dependendo dos interesses e da organização dos debates. No que tange à direita e à esquerda, segundo a lógica de Schmitt, quanto mais extremista é o grupo ideológico, mais restrito é a conceituação política dos aliados. Ou seja, um grupo que se considera de extrema esquerda (ou esquerda autoritária), só irá considerar de esquerda quem for partidário do seu conjunto de valores, e irá posicionar todos os demais como de direita. O mesmo ocorre com os grupos de direita autoritária, que considera mesmo grupos de direita democrática como sendo de esquerda. Em suma, as definições de direita e esquerda dentro do universo político, no geral, partem dos grupos (de critérios particulares) e não apresentam critérios gerais e claros de definição que possam ser universalizados. PERSPECTIVA ACADÊMICA Dentro do universo acadêmico, assim como no universo político, não existe um consenso pleno sobre a definição entre direita e esquerda. Entretanto, existem versões mais aceitas, sendo uma delas a perspectiva de Norberto Bobbio. Ele parte do princípio da busca ou não pela igualdade como critérios de definição do que é direita e esquerda. Para o autor, esquerda parte do princípio de uma visão Rousseauniana, admitindo que todo indivíduo é naturalmente igual, e a política deve buscar minimizar (ou até eliminar) as desigualdades presentes na sociedade. A concepção da direita, de caráter liberal, parte do princípio que os indivíduos são naturalmente desiguais, e portanto, a desigualdade é algo natural e portanto não deve ser eliminada da sociedade, tendo como mecanismo de ajuste social a competitividade. A concepção acadêmica visa, não eliminar o debate ou desconstituir outros usos da díade (direita-esquerda), mas fornecer critérios mais abrangentes de analisar as diferentes ideologias em diferentes países, buscando algum critério de universalidade.
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Enem na mira style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever"> Demandas como o crescimento populacional, o avanço da tecnologia, o desenvolvimento industrial e a destruição do meio ambiente encontram - se ligadas por relações complexas, que influenciam no bem-estar da humanidade, tanto no ambiente global quanto local. A crise ambiental e ecológica é global, entretanto, ao mesmo tempo é sistêmica, envolvendo todas as dimensões de nossa existência. A sociedade, como um todo, enseja conflitos entre o ser humano e o resto da natureza causando desastres ambientais e ecológicos, como também, consequências catastróficas ao meio ambiente e ao ser humano. Dessa maneira, o progresso da humanidade necessita de desenvolver uma nova civilização, de forma a constituir o humanismo fraterno nas relações sociais e humanas, de constituir o princípio da fraternidade na resolução de conflitos de danos e crimes causados pelos desastres ambientais e ecológicos. A proteção do meio ambiente e do ser humano são direitos fundamentais, previstos na Constituição Federal brasileira, porque fundam o direito à vida e o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Hoje, os riscos e as ameaças de desastres naturais e antrópicos que incidem sobre o planeta, podem colocar em risco a existência da própria vida humana na terra. O fato é que há falta de preocupação e de sentimento com o ser humano e com a dignidade humana, enquanto direito fundamental constitucional. Vale lembrar que a Constituição Federal do Brasil de 1988 constituiu o princípio da dignidade humana que é indispensável para uma vida digna e resgatou o princípio da fraternidade que, por sua vez, é indispensável nas relações humanas. O princípio da fraternidade nas relações entre as pessoas compreende noções sociais, políticas e jurídicas sem qualquer tipo de exclusão, discriminação social, política ou econômica. Neste sentido, é um valor, é um sentimento fraterno para a coexistência humana, mas, muito além também, é um princípio constitucional jurídico, previsto na Constituição Federal de 1988. A fraternidade se baseia no reconhecimento do outro, porque se reconhece o outro como parte recíproca integrante da sociedade, tornando efetivos os princípios de igualdade e liberdade, rompendo com o individualismo do ser humano, que emerge, cada vez, mais na sociedade moderna. Dado esta explicação, o princípio da fraternidade convenciona o valor da empatia humana, onde o ser humano deve e pode organizar suas relações sociais com o mundo natural. É notório que, em todo planeta, existem vários colapsos, tais como o ambiental, o ecológico, o social e o econômico. O problema cultural do vínculo e do limite confere repensar a nossa relação com a natureza, o que dela nos marca e o que a ela nos liga. O vínculo e o limite expressam sentimentos de afetos pelo outro como sentido de vida, o qual permite reconhecer o outro. Existe uma relação entre os equilíbrios naturais e os interesses humanos. Então, há uma responsabilidade em relação ao ambiente natural, o ser humano e a natureza, pois, há solidariedade de destino entre os seres vivos e os seres humanos, onde a empatia e a fraternidade tornam-se imperiosas para tal. |